Aparelhos eletrônicos devem ser liberados em sala de aula?

O Congresso Nacional analisa um projeto de lei que proíbe eletrônicos em sala de aula. Mas se celulares, tablets e laptops fizerem o conteúdo escolar ser mais atrativo e mais bem assimilado? Liga ou desliga?

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SIM
Apesar de o uso de celular ser proibido nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (além de outros quatro estados), os alunos não largam o aparelho. Por isso, especialistas em educação sugerem que o mais produtivo seria incorporar eletrônicos ao aprendizado, usando SMS, música, fotos e vídeos para passar os conteúdos

Já existem programas públicos para habilitar professores a usar novas tecnologias. Um deles é o Mídias na Educação, curso de formação a distância do Ministério da Educação (MEC). O programa capacita os docentes a trabalhar com quatro mídias diferentes: impressa (jornais e revistas), digital (tablets e websites), audiovisual (vídeos) e radiofônica

Os gadgets podem ajudar durante a aula. No Colégio Bandeirantes, em São Paulo, por exemplo, quando o professor de biologia não soube responder a uma dúvida, um aluno pediu para telefonar para a mãe, médica, que ajudou na questão. "Com esses aparelhos, a aula pode ser mais democrática e dinâmica", afirma Mário Abbandati, coordenador de tecnologia educacional

TdF opinou Pedro Mostaco - O uso de gadgets aumenta o interesse do aluno: imagine estudar matemática com gráficos interativos ou geografia com infográficos de formações geológicas. Além disso, é possível limitar o uso dos aparelhos para fins estritamente acadêmicos

NÃO
Aparelhos eletrônicos distraem os alunos. Muitas vezes, o estudante parece prestar atenção, quando, na verdade, está brincando com o celular ou o tablet. "Não podemos esquecer que os gadgets são como brinquedos na mão de adolescentes e crianças", diz Mário Abbandati, coordenador de tecnologia educacional do Colégio Bandeirantes

O uso de eletrônicos em aula requer capacitação dos docentes. Uma pesquisa feita em 2011, pelo Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), mostrou que 64% dos professores admitem defasagem no uso do computador em relação aos alunos

EUA, Inglaterra e outros países proíbem eletrônicos na escola. No Japão, a restrição começou em 2009, quando estudantes foram insultados por meio de e-mails e mensagens de texto enviados por celulares de colegas dentro da classe. Além disso, alguns jovens acessavam sites impróprios para menores durante as aulas

TdF opinou Leonardo Uller - A educação pública brasileira precisa sanar deficiências mais urgentes antes de investir em eletrônicos para os alunos. Além disso, os gadgets podem dispersar a atenção, em vez de complementar os conteúdos pedagógicos

FONTES Centro de Estudos sobre Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic)

http://planetasustentavel.abril.com.br/